sexta-feira, 23 de maio de 2014

Poesia VisuaL - A Arte de Dave McKean

Quem já é familiarizado com o selo "VERTIGO", da editora DC Comics, provavelmente sabe como sua linha de publicação tende a ser diferenciada. Hoje, mostrarei um pouco da obra de um dos ilustradores mais influentes dos anos 80/90, além de um dos maiores artistas dentro da Mixed Media (mesclagem de mídia digital/tradicional); precursor de um dos estilos mais emblemáticos - e imitados - da ilustração editorial. Estamos falando de... Dave McKean.



sexta-feira, 16 de maio de 2014

H.R. Giger - A despedida de um mago do sci-fi

H.R. Giger fora um destes artistas de estilo próprio e inconfundível. Designer da temerosa criatura e grande antagonista do filme "Alien" original, primeiro longa de uma série de sucesso e um dos mais emblemáticos filmes dirigidos por Ridley Scott, embora tenha alcançado o grande público através de tal trabalho, nunca deixara de explorar o lado sombrio (e quase sempre perturbardor) do terror e do sci-fi, através de suas detalhadas ilustrações e esculturas. Giger falecera há pouco, no dia 12 de maio, mas sua obra estará eternizada através de seu trabalho para o cinema e as artes plásticas.



sexta-feira, 9 de maio de 2014

Mídia Digital - Quando a Arte ultrapassa fronteiras

Já há algum tempo, um de meus grandes desejos é ter uma Cintiq. Para quem não sabe, as Cintiq são tablets profissionais para desenho (Mesa digitalizadora) que ao contrário do tipo de produto que em anos recentes, obteve maior sucesso sob o nome "tablet", consiste não em um computador pessoal com ênfase na mobilidade; mas em uma espécie de mesa de desenho e/ou monitor, onde através de uma caneta com sensibilidade a pressão, o artista é capaz de desenvolver desenhos e ilustrações com a mesma dinâmica "papel e caneta", ou seja - sem as limitações de um mouse.


Enquanto não posso ter minha Cintiq, continuo desenhando! E no final do ano passado, por conta de algumas pesquisas sobre equipamentos do gênero, adquiri um Galaxy Note 8.0. Para minha grata surpresa, este é o aparelho onde hoje em dia realizo a maior parte de minhas ilustrações profissionais; apenas retocando-as (quando necessário) no computador através dos programas Corel Painter e Photoshop. O Galaxy Note, seja na versão de 8 polegadas ou nas lançadas neste ano, vale ao menos ser testado por todo aquele que busca ter em mãos uma interessante ferramenta de desenho, porém, não possui meios para comprar uma Cintiq (que custa, na cotação atual do dólar, de 3.500 à 10.000 reais em território nacional). Para entusiastas ou profissionais, deixo aqui esta dica!



 
 
Exemplos de desenhos feito por mim, no Galaxy Note.
 

domingo, 4 de maio de 2014

May the 4th be with you! - A Arte de Star Wars

Star Wars é uma franquia incrível. Se aos olhos de alguns não por sua história, aos olhos de todos por sua grande dimensão - que engloba além da Hexalogia de longa metragens, livros, revistas, brinquedos e jogos. Particularmente, o que sempre me atraiu a franquia fora além da influência clara da chamada "Jornada do Herói", sua arte caracteristicamente inspiradora, mesclando referências que vão do Japão Feudal e seus samurais, ao futurismo até hoje inalcançável dos carros que voam. Para este post, escolhi apenas alguns dos exemplos mais interessantes que podemos encontrar.

               




As últimas imagens foram feitas pelo renomado artista Ralph McQuarrie, responsável pelo concept art da trilogia original para cinema.


domingo, 27 de abril de 2014

Little Big Planet: Quando Ser Criativo Faz a Diferença




Falar de Little Big Planet é falar de brincadeira. O título, exclusivo do Playstation 3 e lançado em 2008 pela até então desconhecida Media Molecule, prometia ser mais que um platformer comum: nele você (o jogador), poderia não só acompanhar a história, mas também fazer parte do desenvolvimento ao criar além de personalizações para o personagem, o simpático Sackboy, também as suas próprias fases e desafios. A idéia era genial, e como não poderia ser diferente, o Play Create & Share - filosofia do título que se estendeu até mesmo a outros jogos como Modnation Racers - deu tão certo que o jogo foi uma unanimidade de crítica e publico, mantendo até hoje uma das comunidades mais ativas do mundo.



No meu contato inicial com o jogo, já haviam se passado 3 anos desde o seu lançamento; hoje, com seis anos de vida e mais de 8 milhões de níveis personalizados, Little Big Planet está mais vivo do que nunca: através de suas sequencias e da perspectiva de haver uma versão para o recém lançado Playstation 4. Novidades e novas possibilidades mostram-se presentes a cada  nova iteração, mas aqui falarei sobre o primeiro título que, em minha humilde opinião, continua sendo a grande porta de entrada para a série.


O jogo começa com uma apresentação colorida, embalada por uma trilha sonora muito bem escolhida que acompanha você no decorrer na aventura. Na introdução, a mistura de animação com a presença de pessoas de carne e osso, serve de exemplo para mostrar a proposta de que em Little Big Planet existe um mundo que vem direto da sua, da nossa imaginação.  Após isso, um nível introdutório é apresentado e assim como a primeira fase do primeiro mundo do jogo, serve apenas para ensinar de forma divertida e através de dicas e vídeos, aquilo o que é possível fazer com os comandos; é apenas o início.





Little Big Planet tem um modo campanha criativo, ainda que sua história não seja muito bem definida - coisa que os desenvolvedores trabalharam na criação do segundo título, onde há até mesmo um "mentor" inspirado no gênio da arte Leonardo Da Vinci. Mas a verdade é que o jogo, com seus personagens carismáticos e fofos, está muito além de um enredo: é justamente na criação do conteúdo próprio e na descoberta dos níveis da comunidade que toda a beleza se mostra. 



O editor de fases é robusto e embora seja necessário assistir cada um dos tutoriais para que sejam liberadas novas ferramentas, o aprendizado vale a pena: para os mais criativos e com senso de desenvolvimento, tudo se torna fácil, ainda que demore um pouco para se ter um resultado nas primeiras tentativas. Para os que se propoem a destrinchar as possibilidades, há um mundo a disposição que aumenta de acordo com o que você mesmo encontra ao jogar o modo campanha. Após criar a sua fase personalizada, você pode mantê-la apenas para você mesmo no espaço chamado de "Minha Lua", ou pode publicá-la na internet junto aos mais diversos níveis já feitos por outros usuários.

E na comunidade, há de tudo um pouco.





Podemos achar fases de corrida, aventura, fases feitas apenas para que se ganhe roupas ou troféus, inspiradas em outros grandes jogos como Mario e até mesmo niveis onde se pode destruir cidades completas através de um bombardeio. Mas não se assuste; tudo é feito de forma singela e divertida, sem qualquer maldade ou grafismo violento, fazendo com que o jogo seja aconselhável para pessoas de todas as idades, inclusive crianças pequenas. Em Little Big Planet, os jogadores podem enfrentar-se ou ajudar-se a todo momento, estejam eles em frente a mesma televisão ou do outro lado do mundo - há espaço para até quatro jogadores. E nas diversas vezes que entrei em fases compartilhadas, por exemplo, trouxe junto a mim para a minha cápsula - o lugar onde temos o "mapa" do jogo - quase sempre algum jogador que, em sua liberdade de escolha, poderia pacientemente esperar para jogar outra fase em minha companhia ou simplesmente ir embora. Little big planet é assim: te proporciona o contato, a descoberta, e caso você simplesmente queira estar sozinho, ninguém se ofende; é só ir para a próxima fase e achar outra pessoa. 





"Little Big Planet" já teve versões para Playstation 3, Portable e VITA. Nas versões de PS3, é possível acessar parte do conteúdo antigo e as fases da comunidade criadas no primeiro título; ainda assim, para aqueles que acreditam que cada jogo é único, Little Big Planet bem como seu sucessores são altamente recomendados, não apenas por serem jogos divertidos, mas por em essência incentivarem o jogador a fazer aquilo que todos nós deveríamos de vez quando: entrar em contato com a criança que vive dentro de nós!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"5 anos, 5 segundos: Gran Turismo 5 e o tempo"




O sistema é ligado e insiro o Blu-Ray, que chegou em minha casa após duas semanas de espera. Pouco tempo, perto dos cinco anos de desenvolvimento que foram necessários para que o disco, que carrega o jogo Gran Turismo 5 para o console Playstation 3, chegasse em minhas mãos.

Na internet e no mundo gamer em geral todos se voltam para as recém publicadas críticas e análises técnicas, muitas dessas com visível discordância entre si, outras, por outro lado, concordando em certos aspectos. Notas baixas, altas? Houve de tudo um pouco desde que o jogo fora lançado, comparações tendenciosas e inevitáveis com jogos de outros sistemas, tipos e até mesmo gêneros - então eu, frente ao videogame, reflito e decido analisar por mim mesmo qual a real qualidade e o defeito de algo que esperei por tanto tempo. Pego o controle, e me insiro no jogo.


A introdução começa de forma bela, com imagens que exemplificam como é a linha de produção de um carro. Eu vejo tudo, analiso a trilha sonora em piano que me parece cair bem com as imagens - até que tudo se transforma em corrida, enfim, mas sobre os acordes de uma banda que não gosto tanto assim. Ainda assim, confesso, a musica me anima. Nem tudo é perfeito, mas o que importa é o que vem depois dos quase 7 minutos de apresentação.


O jogo se desvenda após dissipar a cortina em fadeout, mostrando-me um piloto que anda nos boxes. O menu é arrojado e as cores suaves, e para aqueles que querem ver mais de perto existe a opção de dar um "zoom" com um dos botões. Eu sei que deveria partir para o modo carreira, mas não resisto a possibilidade de dominar logo de cara uma das mais de 1000 máquinas presentes no jogo. Seleciono uma Ferrari modelo F40, e vou de encontro a uma pista escolhida nada aleatoriamente: a antiga High Speed Ring.

Enquanto o loading carrega o jogo, procuro despoluir a mente das comparações. Dono de um PC para jogos, um Nintendo Wii, um PSP e também o Playstation 3, além de antigos consoles de diversas empresas, não cabe dentro de mim o chamado "ismo"; eu jogo o que me agrada, o que me distrai e me faz sentir lá, dentro do jogo - não importando o sistema. Portanto, estou acostumado tanto a simuladores no PC tais Need for Speed Shift e Dirt 2, quanto a jogos Arcade como Mario Kart e Burnout Paradise. Também já tivera a chance de experimentar a franquia Forza, do console Xbox 360; ainda assim, minha maior espera até hoje fora por Gran Turismo 5 que agora estava ali, a minha frente, e eu prestes a guiar em minha primeira corrida.

A disputa começa e me dou bem com os comandos. Não tive Playstation 2, mas os anos de pratica com os dois primeiros títulos da série com toda a certeza me eram úteis até hoje. Faço as curvas com facilidade, embora seja um pouco diferente; a aceleração, a forma como o carro se comporta, mesmo em um simples Dual Shock 3 são de um realismo que valeu a espera. O sistema de colisões e danos é falho, simplório; ainda assim capaz de te dar a vitória ou derrota em segundos. Termino a corrida e olho para o replay; as imagens nele parecem reais, bem melhores que os gráficos em tempo real, mas não que esses estejam mal; é que Gran Turismo 5 em seus replays, consegue ser tão bonito quanto ver uma Ferrari bem a sua frente.




Tiro algumas fotos - com o cuidado de escolher sempre o melhor ângulo - e salvo em meu HD; é a hora de seguir para o modo carreira. Em um menu arrojado, ainda que por vezes confuso, escolho a opção de tirar licenças. Tenho êxito nas duas primeiras, e sigo para um campeonato qualquer após comprar um carro de modelo barato. Após alguns minutos e três circuitos depois, estou com meu primeiro troféu e um novo carro na garagem: sei que não é nem 1% de tudo que há lá, dentro do console, rodando no recém comprado jogo.

Gran Turismo é uma franquia de peso, talvez o carro chefe da Sony. Existem outras como Uncharted e Little Big Planet, essas talvez, estejam em momentos até mesmo melhores que a definitiva franquia de corrida do console japonês; mas um fato é certo. Essa já se sagrou líder no mercado, e sua quinta empreitada não deve nem um pouco para o seu próprio passado e também outros títulos que vieram, com o passar dos anos, com o pretexto de tirar a sua coroa. Conseguiram? Nada é certo. Nos jogos assim como na vida em geral, é tudo uma questão de ponto de vista.

Após mais de 8 horas de jogo, sou capaz de entender as críticas, os elogios e até mesmo o silêncio. Mas porque? Os carros, as pistas, o trabalho de iluminação exemplar mostrado no título são o que me mais fala, não apenas as notas dadas por quem tem de, contra o relógio, apresentar ao publico uma opinião a respeito de um jogo. Mas aí está o segredo: Gran Turismo 5 é um jogo que desafia o tempo, tanto o tempo necessário para ser feita a sua análise quanto o tempo de espera que fora necessário para que ele visse a luz do dia.

Ainda assim, bem além das médias dos sites especializados, o título mostra que está acima de qualquer comparação, para o bem ou para o mal; não porque seja perfeito, longe disto; mas exatamente por ser um título único. Gran Turismo 5 é um título difícil de se medir por notas, mas, altamente recomendável e necessário a qualquer um que deseje ter uma suas mãos um simulador de corrida feito com paixão, zêlo e acima de tudo; amor pelos carros.

sábado, 17 de julho de 2010

"Matando Gigantes"



É assim que me sinto. É assim como me senti, e é assim como sempre será.
Eu amo jogos. Esta é uma característica que carrego desde pequeno e que amadureceu com o passar dos anos, numa linha que se estende desde quando ganhei meu primeiro console, um Master System, até dias mais recentes ao sentar-me para me divertir em frente ao Playstation 3 e Nintendo Wii. Durante todos esses anos, tive alguns aparelhos nos quais aproveitei os mais diversos jogos; mas isso é detalhe para um outro momento. Nesse texto, citarei apenas um jogo e algo que aprendi observando-o de perto.

Há muito tempo conheci Shadow of the Colossus. Não é um título que eu tenha jogado muitas vezes; muito embora, seja de meu desejo destrinchar cada detalhe quando o tempo permitir. Na história um homem, para ressuscitar uma mulher, se envolve em batalhas épicas munido apenas de uma espada e um arco e flecha. Acompanhado por seu cavalo, Agro, ele viaja se inserindo em batalhas contra criaturas do tamanho de arranha-céus, os chamados Colossus (que são 16 ao todo).
O final, como se pode imaginar, não é dos mais felizes. Ainda assim, ele consegue derrotar todas as criaturas sem exceção e atinge seu objetivo - ao menos, um deles.

Esse é um jogo me faz pensar. Só quem já derrotou vários "Colossos" por alguém, sabe qual é o significado de matar gigantes nesta obra. As vezes, tudo o que queremos é ver uma pessoa bem, para muitos - incluindo eu - alguém da família, uma parceira ou um amigo que tenhamos encontrado por aí, com o passar dos anos.
E são muitas as questões.
Em tantos momentos, nossas batalhas são margeadas por um instinto de luta, no estar com tão pouco e tentar fazer tanto, é algo que não escolhemos mas temos a quase (ou total) obrigação de fazer; em suma, é como se os desafios nos escolhessem. E os gigantes? Bem, esses são os mais diversos.

Ser uma boa mãe, bom pai, bom irmão.
Conseguir aquele emprego melhor, ou uma promoção.
Ter mais atitude com aquela pessoa que queremos tanto.
Poder ter a liberdade de andar por aí; mas sem ter de vagar perdido pelos cantos.

Os gigantes que matamos vem desde pequenos, quando pouco enxergamos, mas temos de lidar com tudo a nossa volta. E tudo, adivinhe... é imenso. Mais tarde as pressões da escola, o primeiro beijo que custa a chegar, a primeira noite que as vezes pode ser mais rápida do que imaginamos, e para muitos, o demorar de uma eternidade.
Lutamos sem parar. Até mesmo em sonhos.
Quem é que nunca tentou voar e acordou justamente quando os pés deixavam o chão? E em planos reais, quem nunca quis dar um soco na cara da morte, ou sentar e entendê-la só para sentir-se melhor.

Shadow of the Colossus é uma obra grandiosa, assim como um filme em que majestosamente ele figura, uma obra vista com azedume pela crítica chamada de "especializada". O nome do filme? "Reine Sobre Mim", película densa e que fora julgada, infelizmente, de forma falha por muitas pessoas. Mas, resta ao menos o benefício da dúvida: quem pode ser especialista em julgar algo que é, desde o seu início, feito para lidar com o sentimento? O sentimento é algo que só se sabe a medida real, no peito em que se origina; qualquer tentativa de medi-lo não passa de pura especulação, ou boa vontade. Mas isso não cabe a mim inserir-me agora em tais vias; ainda direi sobre esse filme posteriormente. Bastando saber que é tocante desde o momento em que um dos personagens principais é descoberto na rua por um antigo amigo de faculdade, até o ponto onde este amigo, levado pela mais profunda empatia, o ajuda a resolver questões que parecem nada mais nada menos que indecifráveis. Com o perdão de um pequeno "spoiler", devo dizer que ao contrário do tom de despedida que permeia sua trajetória, o filme trás uma agridoce solução - ainda que tardia - e mostra que mesmo nas mais profundas perdas, há sempre um caminho que se abre. Novamente aí, traça-se um paralelo com "Shadow of the Colossus".

E é assim observando e dissertando sobre duas obras de caráter emocional e, porque não, sobre a vida, que abro este blog; apenas matando o tempo... e enfrentando gigantes.